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(em) Amena Cavaqueira

...de amigos, para amigos e com amigos

(em) Amena Cavaqueira

...de amigos, para amigos e com amigos

outros voos...

A companhia aérea lowcost Ryanair publica desde 2008 calendários com as suas hospedeiras de bordo em poses sexy e com bikinis tão reduzidos que fazem até corar as pedrinhas da calçada.

 

Até aqui tudo bem, por um lado aceitei com agrado a notícia pois já saturava o monopólio dos Calendários Pirelli (ou não!?), por outro fiquei manifestamente aliviado. - e perguntam-me vocês porquê? - pois bem a resposta é simples.

Primeiro porque a minha filha tinha na cabeça a ideia de se candidatar a hospedeira de bordo desta companhia mas graças a Deus já a colocou de parte, em segundo porque também gostaria de ser modelo fotográfico, e assim mataria dois coelhos...

 

Entendam que não estou aqui com falsos moralismos ou pudismos, é para uma boa causa, as moças associaram-se voluntariamente à iniciativa e a minha filha tem idade para decidir o que quer fazer da sua vida, mas decerto que irão perdoar-me o egoísmo, é a MINHA Carlota!

 

Pensá-la numa qualquer oficina de automóveis ranhosa onde gajos oleosos e a cheirar a suor se acotovelam para arrancar a folha do calendário da miss do mês anterior para ver a minha filha, dão-me cãibras no baço.

 

...

 

Algum pudor mas principalmente a minha integridade física não me permitem a publicação de fotos do(s) referido(s) calendário(s) bem como do filme do casting onde aparece a hospedeira "tuga" miss fevereiro 2014 (atenção, tive conhecimento da existência mas não o vi, não me arranjem problemas!).

Pelas razões apresentadas, as minhas mais sinceras desculpas ao universo masculino. 

"Dona Rosa, Dona Rosa, chegou a sua filha..."

KEEP CALM.jpg

 Montagem de minha autoria (Imagem: Miguel)

 

A nossa Carlota vem-nos visitar precisamente daqui a 8 dias. Vem cá passar um fim de semana alargado com a sua amiga / colega / roommate Skye, segundo consta, como oferta de aniversário a esta.

 

Estamos em pulgas para a ver de novo, através do SKYPE mata-se a saudade mas não é a mesma coisa.

 

A Paula já tem no cardápio o prato a servir aquando da chegada de ambas na quinta-feira à meia-noite (?), vai ser Strogonoff, parece que a Skye adora!

Em relação ao restante Programa das Festas, e parece que nós os pais estamos incluídos (num desses dias pelo menos), ainda será uma coisa a ver...

 

Esperemos que a Carlota já tenha elucidado a Skye sobre o quão diferentes por vezes somos, e pelo sim pelo não, a Paula e eu ainda estamos a ponderar se havemos ou não de ir esperá-las ao aeroporto, pois como não somos uns pais dito normais e porque o iríamos fazer no mínimo de uma forma pouco ortodoxa (como é nossa imagem de marca) estamos com receio da reação da súbdita de Sua Majestade e provocar um eventual incidente diplomático.

Escusado será dizer, e não nos referindo em particular à nossa filha, que iremos tornar tão fantástica quanto nos for possível a estada de ambas cá por Terras Lusas.

 

 

nascimento de um génio...

Livro de Receitas.jpg

Montagem de minha autoria (Imagem: Miguel)

 

Segundo a Paula tudo começou quando tinha 6 ou 7 anos…

 

Não ainda o bichinho da roda dos tachos mas simples curiosidade de menina. Para ela era na cozinha da madrinha (Raquel) que se produzia magia pura e foi lá que teve a sua primeira experiência culinária ajudando a madrinha a fazer uma sobremesa… “Pudim de Morangos” (foi com esta experiência que surgiu o Livro de Receitas da imagem e a respetiva 1ª receita).

 

À sua Tia Mimi, outra das suas mentoras, ajudava na decoração de bolos. Lembra-se particularmente de como ela batia vigorosamente as claras em castelo num prato fundo de sopa, lhe juntava o sumo de limão e o açúcar para que depois a Paula pudesse dar largas à sua imaginação como decoradora oficial.

 

Este início promissor só foi quebrado (momentaneamente) dos 9 aos 12 anos pela passagem pelo Colégio Interno Nun'Álvares em Tomar.

 

A sua pièce de résistance surgiu aos 13 anos, uma surpresa (e que surpresa) para o jantar dos pais, uma omeleta de 24 gemas… sim, leram bem, 24 e só GEMAS (até a este vosso narrador, quando soube, lhe deu uma guinada hepática)!

 

Por último, no que diz respeito às cozinheiras da família, não poderia faltar a sua avó materna Hélia ou Lia como habitualmente era chamada e que faleceu tinha a Paula somente 1 ano de idade mas que lhe deixou um legado de conhecimento de fazer inveja a alguns Chefs. Este dito legado tornar-se-ia um pouco estranho quase mesmo a roçar o sobrenatural, quando mais tarde a Paula ao elaborar certos pratos, tais como as minhas queridas “Farófias”, as “Fatias Douras” (ou Paridas), as “Filhoses de Abóbora” com aguardente ou até mesmo o simples tempero dos bifes (OH, MEU DEUS!), muitos reconheciam neles o dedo da avó Lia.

 

O interesse, por assim dizer, pela cozinha voltou aos 14 anos bisbilhotando a Deolinda, cozinheira da casa de seus pais na Portela.

 

Mais tarde surgiu a Ivone ou Vona como era tratada lá em casa ou “para facilitar” como diz o Ricardo Araújo Pereira.

Segundo a Paula a boa da Vona metia os dedos em tudo para provar, e por isso mais de uma vez lhe trocou as voltas…

Uma dessas ocasiões foi quando fez Doce de Ovos e como sabia da propensão da dita para as provas colou rótulos nos frascos onde escreveu “Mostarda”. Numa outra ocasião fez Fatias Douradas e guardou o “grosso” das mesmas escondido num armário deixando apenas quatro num prato à mercê… da Vona. A mãe da Paula, D. Maria de Lurdes ou Milu como era tratada por quem lhe era mais próximo, resolve oferecer-lhe as Fatias Douradas. – Prove uma foi a Paula que as fez! – Ao ver somente quatro fatias responde: – Ó Dona Malu (era assim que chamava à mãe da Paula) deixe estar, já são poucas para os senhores… – ao que a mãe da Paula retorque: – Esteja à vontade porque há mais guardadas no armário da sala. – Indignada responde: – Ó Dona Malu a sua filha é muito má…!

 

Em Galamares…

Cozinheira de profissão e de mão cheia, a Fernanda foi mais uma referência para a Paula e também para o gato da casa, o Tuca, por diferentes razões… Consta que o gato cada vez que a Fernanda fazia uma incursão ao frigorífico a modos que o felino não via de bom grado a “violação” do eletrodoméstico e fingindo indiferença lá acabava por dar umas sapatadas nas pernas da boa da Fernanda como quem diz: – Então, não “pinga” nada para o meu lado?

 

Havia também a D. Helena, mãe da Fernanda, exímia fazedora de geleias e compotas e de um “Peru Recheado” com os miúdos do mesmo, pinhões e passas que dizia quem o comia “ia ao céu e voltava”!

 

Com a Paula, a Marta e Cláudia, filhas da Fernanda, decoravam a casa para a ceia de Natal e quando a mãe Fernanda deixava decoravam também alguns dos bolos Natalícios.

 

Entre vitórias e derrotas (ou melhor experiências adquiridas) mas sem desistir a Paula tem-se tornado também uma exímia cozinheira e a “refinar-se” cada vez mais…

 

…e eu cá estou para a ajudar, como disse anteriormente, na minha mui nobre função de “Provador Oficial”!

receita: espetada de figos, presunto e mel

Imagem3.jpg

Imagem "roubada" por mim na net  

 

 

Há diversas receitas de figos com presunto, esta é a minha versão…

 

Ia dar-lhe o nome de “Espetada caramelizada de figos com presunto” mas o bom do Miguel adiantou-se e roubou-me o termo “caramelizado”, portanto achei por bem rebatiza-la.

Uma coisa é certa, hoje em dia existe uma panóplia de vocábulos culinários aos quais não podemos ficar indiferentes.

Ele há os “confitados”, os “flambeados” ou “flambados”, eles são os “carpaccios” as “bruschettas” e outras “tretas”…, deixámos de chamar os bois pelos nomes porque é fino?! É a “Globalização Gastronómica” ou Gastronoglobalização (bom, esta última soa a algo do foro digestivo, mas agora que falo nisso, faz todo o sentido...).

“Portantos” (como diz o Miguel à laia de gozo), que o “confitado” seja cozinhado lentamente em gordura, o “flamb(e)ado” seja passar pelo fogo (atenção, não é passar pelas brasas, isso é outra história!), o “carpaccio” sejam fatias finas e a “bruschetta” pão torrado. Ah, e já agora, que o nosso leitão deixe de ter a pele "crocante" (do franciú croquant) e volte a tê-la “estaladiça”, como gostamos (refiro-me a ambas, palavra e pele)!

 

Bom, basta de bater no ceguinho, e então aqui vai…

  

Ervas.jpg

 

INGREDIENTES:

 

Figos (médios)

Presunto em fatias

Mel

Alecrim e respetivas hastes 

Azeite

Vinagre Balsâmico (q.b.)

Sal e Pimenta (q.b.)

 

COMO FAZER:

 

Pré-aquecer o forno a 160o

Retirar o alecrim das hastes deixando somente numa das extremidades dando o aspeto de “flecha”.

Lave bem os figos. Faça rolinhos de presunto e espete-os nas hastes de alecrim intercalando-os com os figos.

Passe as espetadas por mel e coloque-as num recipiente de ir ao forno previamente borrifado com azeite. Tempere as espetadas com sal e pimenta e umas folhas do alecrim e leve-as ao forno durante 15 minutos.

Sirva como acompanhamento de carne ou peixe ou mesmo como entrada.

 

NOTA:

Emprate as espetadas borrifando-as com um pouco de vinagre balsâmico.

 

 

Divirta o seu palato…

SÁBADO DO CARAÇAS, Ó PÁ!

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 Costa da Caparica (Foto: Paula)

 

Já foi no sábado passado mas continua muito presente…

 

Sábado passado fomos visitar o nosso amigo Paulo à Costa da Caparica, ou “de” Caparica, conforme vos der mais jeito (ou vão consultar á  Wikipédia, por exemplo).

Os “quatro patas” tratados, agarrámos em nós (Paula e este vosso narrador), mochila às costas e lá saímos enfrentando ainda um sol caprichoso que espreitava por trás de umas nuvens que não auguravam nada de bom…

Chegados ao Areeiro dirigimo-nos à Papelaria “Imperial”, onde se adquirem os “bulhetes” dos TST`s e se tiram as afamadas fotocópias a preto e branco (branco?).

Corridinha até à camioneta que parecia esperar-nos como se soubesse que eramos os dois passageiros em falta e lá embarcámos.

 

Paragem da Praça de Espanha…

 

Encontram-se nesta paragem as criaturas mais barulhentas que podem imaginar. E em boa verdade vos digo que existem criaturas bem barulhentas!

Sobre o grupinho em questão e, para não ferir suscetibilidades, digo simplesmente que a língua oficial era o Crioulo. Não me interpretem mal mas estas senhoras, ou mais precisamente uma ou duas do grupo, falavam particularmente alto. Não nos conseguíamos sequer ouvir a pensar naquela espécie de galinheiro sobre rodas.

 

CHEGÁMOS!

 

Feirinha de Artesanato no Largo. Uma rápida e superficial revista às barraquinhas e ala pró areal.

Lá chegados definimos o “spot” ideal. No caso dos homens este lugar é equacionado pelo maior número, por metro quadrado, de pessoas do sexo feminino minimamente atraentes. No caso das mulheres, quando acompanhadas do respetivo marido ou namorado, esta equação é diametralmente oposta (apesar de haver verdade nesta cogitação temo represálias da minha Bonsai).

Deixámos cair a “tralha”, montamos o nosso pequeno estaminé e fomos molhar os pézinhos ou, como diz um amigo meu, "dar banho à dobrada” (sim, tenho amigos estranhos).

Bom, quando digo molhar, quero dizer que tentámos de uma forma mais ou menos fortuita meter o pézinho na água, mas PÔRRA, apesar de nunca ter estado ao pé de um glaciar acredito que estava tal e qual à temperatura de um.

“- Faz bem às varizes”, ouço a Paula dizer depois de lhe ter confessado que me doíam os pés e as pernas devido ao frio. À FAVA COM AS VARIZES!

Duas horas volvidas ligámos ao Paulo. Ficámos de nos encontrar, expressamente contra minha vontade, num dos "Barbas". SPOOOORTING!

Chegámos primeiro.

Mesa escolhida e lá fiquei eu a ver os(as) veraneantes enquanto a Paula foi fazer um xixizinho.

Por fim lá chegou o nosso amigo Paulo. Imperiais e tremoços pedidos e metemos a conversa em dia.

(confesso, clubismos à parte, que os tremoços temperados com alho (hum?) do Barbas são uma especialidade. Ah, e as tostas também são divinais)

Mais uma rodada de imperiais, mais um “picar” no pires de tremoços, mais um dedo de conversa e tudo isto na antecipação de um anunciado Arroz de Tamboril com Gambas prometido pela mãe do Paulo, senhora “galhofeira” e de uma incomum paciência de job, a “Dona” Ester.

 

Meninos, o arroz estava simplesmente DI...VI...NAL! Acompanhado de muito perto por um geladinho vinho branco – exclusivo LIDL (passo a publicidade) – Um Douro de seu nome “Azinhaga de Ouro 2014” muito bom na relação preço/qualidade, que por sinal o meu amigo Carlos Quaresma já mo tinha referenciado e com quem acabei por ter este encontro imediato à mesa.

 

Não me perdoaria se deixasse passar, não desfazendo nos outros comensais, a companhia fantástica e a boa disposição da Sílvia, uma amiga do Paulo que já conhecíamos e que para além disso nos presenteou com uma broa de milho de comer e chorar por mais.

Sobremesa comida e para “rematar” uma das pingas do Sô Manel, o patriarca da família, que nos apresentou, como já é seu habito, uma aguardente bagaceira caseira de fazer crescer pêlo em ovo!

Findo o divinal repasto juntamo-nos novamente mas desta vez em amena cavaqueira…

 

FOI MUITO BOM, Ó PÁ!